Profissionais terão que se adaptar às novas regras
Como professores, jornalistas, revisores, escritores e outros profissionais estão se preparando para as mudanças?
Todas as escolas, meios de comunicação e documentos deverão obedecer às novas regras estabalecidas pelo acordo ortográfico a partir de janeiro.
Mas será que escritores, professores de português e profissionais da área de comunicação terão dificuldades com o tema? Confira o que eles pensam sobre a adaptação.
Vera Melo Reis, professora de português do ensino fundamental do Colégio Ítaca
“Apenas folheei o acordo. As mudanças são muito pequenas e pouco significativas. Os alunos, para quais leciono, terão facilidade em aprender. Na sala de aula a rotina não irá mudar, apenas irei estudar antes o tema para levar a nova grafia para a classe. Nessa faixa etária, do 8º e 9º ano, eles não gostam de acentuar, por isso a retirada dos acentos facilita o aprendizado. Um dado importante é que acordo aproxima os países de língua portuguesa. Para os alunos, será mais fácil ler os livros editados em Portugal e nos demais países que usam a mesma língua. Alguns tinham dificuldades em entender os outros portugueses. Será mais complexo para nós, profissionais, que estamos muito acostumados a escrever.”
Santiago Nazarian, escritor especializado em romances
“Na verdade, a questão da revisão apurada do texto é padronização da editora. Ela pode optar por atualizar ou não. Para mim, as questões do Acordo não fazem muita diferença. Autores de ficção têm suas particularidades na escrita, ainda que elas não sejam absolutamente corretas do ponto de vista ortográfico. Eu, por exemplo, opto por grafar 'cd' ao invés de CD e 'email' no lugar de 'e-mail'. É normal também autores de literatura criarem palavras. Recentemente, coloquei 'javalizar' no meu texto - que significa tornar selvagem um indivíduo outrora bonachão. Autores e revisores devem chegar a um consenso sobre o que pode ser mudado e o que deve permanecer 'errado' a serviço do texto. Como o Acordo não possui muitas mudanças, acredito se incorporarão naturalmente na minha escrita, com o tempo. Continuarei a não comer linguiça, com trema ou sem trema, mas temo que sem trema ela possa entalar na minha garganta.”
Thiago Ribeiro, proprietário do site Brasil Escola
“Ainda não colocamos o Acordo na prática, estamos estudando o tema. Como somos um site educacional, seguimos o regulamentado. Por enquanto, duas profissionais deverão treinar os demais para se adaptarem a nova norma. Mas possuímos mais de seis mil textos no banco de dados que deverão ser revisados seguindo o Acordo. Isso levará um certo tempo para ser feito. Analiso a possibilidade de contratar mais pessoas para facilitar o trabalho. Depois de revisado, acredito que os pais e os educadores deverão se importar com as mudanças. Os demais nem perceberão.”
E VOCÊ JÁ ESTÁ SE ADAPTANDO?
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